sábado, 29 de janeiro de 2011

O amor nos tempos da web

Acostumados a resolver questões cotidianas pela internet, jovens avançam nos sites de relacionamento amoroso, antes dedicados aos mais velhos

Renata Honorato e James Della Valle
 
A estudante universitária Juliana da Silva Sá, de 21 anos, nunca viveu um namoro sério, mas tem intimidade com a internet. Começou a usar a rede por volta dos 10 anos para fazer pesquisas escolares. O passo seguinte foi usar o ICQ, comunicador instantâneo que precedeu o popular MSN, para conversar com amigos. Para aumentar a "turma", migrou nos anos seguintes para as redes sociais como Orkut e Facebook. "Falo com amigos que moram longe e ainda faço novos contatos", diz. Ela também não vive sem o Skype, programa que faz ligações telefônicas pelo computador. Procurar um namorado pela internet foi um decisão quase lógica. "Estou muito acostumada a fazer tudo pela internet", diz. "Praticamente nasci com a rede."
A exemplo de Juliana, jovens da chamada geração Y – nascidos nas décadas de 80 e 90 e "criados" à base de computador e web – estão acrescentando às suas rotineiras atividades virtuais a procura de um par no mundo real. De acordo com o ParPerfeito, maior site de relacionamento (amoroso) do Brasil, com 30 milhões de cadastrados, a participação desse público na rede avança na velocidade da internet e cresceu quase 50% entre 2008 e 2010. Agora, cerca de 32% dos usuários ativos da rede – aqueles que de fato utilizam o serviço – têm entre 18 e 24 anos. É uma mudança significativa, uma vez que, ao surgirem, esses sites eram vistos como espaços dedicados a pessoas mais velhas.

"Esse público cresceu com a internet. Para esses garotas e garotas, conhecer alguém em um site ou em um bar é a mesma coisa: eles não têm preconceito a respeito", diz Claudio Gandelman, presidente do ParPerfeito.
O psicólogo Thiago de Almeida, especialista da Universidade de São Paulo (USP) e estudioso de relacionamentos amorosos, afirma que os dados do ParPerfeito vão ao encontro de revelações surgidas de suas próprias pesquisas acadêmicas. "No fundo, esses jovens só querem o mesmo que todos nós: amar e serem amados. A diferença é que eles acrescentam às suas buscas ferramentas que possibilitam menor esforço: os recursos da internet", diz Almeida. "Uma boa triagem ajuda a evitar encontros desgastantes."
O excesso de informação de fato faz com que os jovens busquem cada vez mais "filtros", capazes de organizar suas experiências. Para Ailton Amélio, também professor de psicologia da USP, endereços como ParPerfeito e similares funcionam como uma peneira grossa, que aproxima indivíduos por afinidades. "É importante lembrar, contudo, que a 'filtragem fina' acontece exclusivamente com a convivência", diz.
Os ípsilons – O termo "geração Y" tem origem distante, mas sua definição ajuda a compreender o comportamento de um grupo numeroso de jovens. Estima-se que 2,3 bilhões de pessoas estão circunscritas por ela em todo o mundo. O rótulo surgiu na extina União Soviética, que costumava nomear cada geração com uma letra do alfabeto. Aos nascidos nas décadas de 80 e 90 coube o "Y". Nenhum mistério, portanto. O revelador é o que a letra procura conter: jovens cuja linguagem, visão de mundo e perspectiva de futuro são diretamente influenciadas pela internet. "São pessoas facilmente reconhecidas por manter uma identidade plural", diz Lucas Liedke, diretor do núcleo de tendências da Box1824, empresa de pesquisa especializada em comportamento jovem. "Elas não apostam mais na antiga divisão por 'tribos': assim, em um dia podem se interessar pelo meio ambiente e, no outro, por literatura."
Pode até ser natural aos ípsilons procurar pela cara-metade na rede. Mas os psicólogos não deixam de ver isso com certa apreensão. "Nessa idade, os jovens estão com os hormônios borbulhando e a sexualidade à flor da pele", lembra Alexandre Bez, psicólogo especializado em relacionamentos. "Portanto, além de buscar um par na web, espera-se que eles invistam nos recursos de praxe, como frequentar bares e festas, onde o contato se dá cara a cara. O sorriso e o olhar são fundamentais no processo de conquista."

Beatriz Cardella, psicóloga e autora do livro Laços e Nós: Amor e Intimidade nas Relações Humanas, acrescenta que os sites de relacionamento devem servir apenas como um primeiro passo no processo amoroso. "Manter um namoro virtual pode comprometer a saúde psicológica de uma pessoa e fazê-la sofrer. O site pode ser um meio, mas não deve ser um fim", afirma. Há, sim, flertes que prosperam. É o caso da recepcionista Francielli Queiroz, de 23 anos, e técnico de manutenção Maykon Vieira da Silva, de 26. Eles se conheceram em um site de relacionamentos há cerca de três anos – há dois, o casal divide o mesmo teto.
Facebook, Orkut... – Nem só de ParesPerfeitos vive a busca por um amor na internet. As tradicionais redes sociais, como Facebook e Orkut, também aproximam os jovens. Um estudo divulgado recentemente pela revista americana Seventeen, feito com cerca de 10.000 jovens entre 16 e 21 anos, aponta que esses ambientes virtuais têm impacto direto em eventos essenciais da vida deles, como o começo e o fim de um relacionamento amoroso.
De acordo com a pesquisa, 79% dos entrevistados tentam um contato com seus pretendentes uma semana após encontrá-los no sistema. Já 60% reveleram que espiam o perfil do alvo ao menos uma vez ao dia; os demais 40% o fazem várias vezes ao dia. O mais curioso talvez ocorra após o rompimento: 27% dos jovens bloqueiam ou apagam o contato do ex após o fim do namoro, enquanto 73% mantêm o novo desafeto na lista apenas para espiar o que ele ou ela andam fazendo. Mais: 17% dos garotos e 12% das garotas escondem seu status de relacionamento nas redes sociais. Em alguns aspectos, a geração Y apenas imita o hábito de suas predecessoras.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Reflexões sobre o verdadeiro evangelho

"Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal. Nasceram-lhe sete filhos e três filhas.Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente". Jó 1.1-3

Há dois evangelhos populares que concorrem nas igrejas com o evangelho de Cristo: o evangelho da lei e o evangelho da prosperidade.

Paulo era um autêntico herdeiro da mensagem de Jesus e por isso combatia os dois veementemente. Combateu o primeiro especialmente na sua Carta aos Gálatas e na sua Carta aos Romanos, como Jesus o combateu especialmente diante dos fariseus. Combateu o segundo especialmente nas suas cartas aos coríntios, como Jesus o combateu quando desafiou os ricos e a classe sacerdotal. O combate era interno, isto é, dentro do povo de Deus, cada um citando as suas fontes bíblicas, o que faz o combate complicado. A solução também não era simples. Por isto temos as cartas densas que Paulo escreveu detalhadamente. Mas o resumo da solução, a alternativa que Paulo apresentou, pode ser dita em apenas quatro palavras: o evangelho da cruz. Para Paulo, anunciar Cristo significava a adoção do evangelho da cruz. Os outros evangelhos podem ser trabalhados a partir do Antigo Testamento. É fácil fazê-lo e é frequente. Os escritores do Novo Testamento, graças à liderança de Paulo que atribuia isto à revelação de Deus e à inspiração pelo Espírito Santo, entenderam que a leitura do Antigo Testamento que resulta ou no evangelho da lei ou no evangelho da prosperidade, era equivocada. Isto é essecialmente o assunto da Epístola aos Hebreus. Sua mensagem é que à luz de Cristo o evangelho da lei e o evangelho da prosperidade não são propriamente “cristãos” e por isso não podemos voltar para trás.

O Livro de Jó é talvez a maior correção ao evangelho da prosperidade no Antigo Testamento, pois no fim, os advogados deste evangelho, os “amigos” de Jó, são revelados como errados. O evangelho da prosperidade funciona assim: se você for íntegro na sua caminhada com Deus, prosperará. Terá a vitória. O inverso também é verdade: se não prosperar é porque há algum pecado ainda na sua vida. Deve ter deixado uma brecha para o diabo e está sofrendo as consequências. Este é exatamente o “conselho” dos amigos de Jó e eles estavam tragicamente errados.

Os primeiros versos do Livro de Jó preparam este cenário. Os múltiplos de 10 (7 filhos mais 3 filhas = 10; 7.000 ovelhas mais 3.000 camelos = 10.000; 500 pares de bois mais 200 jumentas = 1.000) no mundo antigo indicavam compleição e o superlativo no final apenas confirma este indício: “era o maior de todos os do Oriente”. E mais importante ainda, era homem “’íntegro e reto”. Logo será vitorioso?

Temos que admitir: todos nós (há realmente alguma exceção?) desejamos sucesso. Todos queremos ter vitória. Todos nós desejamos prosperar. O Livro de Jó redefine o conceito de bênção e prosperidade e esclarece qual é o árduo caminho para a “vitória”. Assim aponta na direção do evangelho de Cristo que é o evangelho da cruz. Neste ano queremos ouvir a voz de Deus a respeito disto para seremos verdadeiros discípulos de Cristo e não meramente versões “cristãs” do sucesso e do modelo que a nossa cultura consumista promove.

“Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal. Então, respondeu Satanás ao SENHOR: Porventura, Jó debalde teme a Deus? Acaso, não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra. Estende, porém, a mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face”. Jó 1.8-11

A dificuldade maior de tratar tanto da teologia da prosperidade quanto da teologia da lei (que mencionamos na primeira devocional) é que ambas nasceram de Deus! E assim possuem certa razão. Digo “certa” porque uma das características da revelação de Deus nas Escrituras que praticamente todos os teólogos afirmam é a sua natureza progressiva. Ou seja, uma leitura até superficial da Bíblia ilustra que Deus raramente revela tudo duma só vez. Isto seria mecânico demais e dispensaria o bom relacionamento que Deus quer que desenvolvamos com ele. O princípio mais básico da revelação progressiva é que o Novo Testamento interpreta o Velho. Por exemplo, as “bênçãos” que Deus promete para o seu povo no Antigo Testamento para o cristão têm que ser entendidas à luz da cruz e por consequente à luz de passagens como Efésios 1.3-10 e Gálatas 3.28-29.

Na passagem acima, quando Satanás se apresenta diante de Deus, vemos a razão porque a prosperidade absoluta, mesmo oriunda de Deus, poderá não servir os propósitos de Deus e porque é necessário o empobrecimento e o sofrimento na vida dos fiéis: para demonstrar que os retos e íntegros temem a Deus pelo que Deus é e não pelo que têm recebido em abundância de Deus.

O outro lado da moeda, e lição igualmente importante, é que o empobrecimento e o sofrimento não constituem a vontade “perfeita” de Deus para as nossas vidas, e sim, a sua vontade “permissiva”. Deus deseja, sim, nos abençoar mas permite dificuldades para criar em nós caráter e amor genuínos e irrestritos, algo que dificilmente se cria na abundância.

Mas, não nos esqueçamos do alvo de bênção maior que Deus nos dá e que Paulo nos apresenta em Efésios 1.3-10.

A Minha Graça te Basta

                                                        











[Jesus] me disse: “A Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Coríntios 12:9, ARA)
Como cristãos, devemos lutar pela excelência, ao estabelecer nossos alvos e objetivos. Se não der certo, pelo menos teremos a convicção de ter feito o melhor que podíamos. No entanto, nosso desejo pela excelência pode nos levar a ultrapassar uma linha tênue, e cair na armadilha do perfeccionismo.

Uma definição de perfeccionismo é “a constante sensação de que nunca se consegue atingir o padrão desejado”. Se cairmos nessa armadilha, poderemos até passar para os outros uma ideia errada do que é cristianismo. Poderemos também prejudicar nosso relacionamento com as pessoas, porque elas não se sentem à vontade na presença de perfeccionistas, devido à maneira pela qual eles avaliam e julgam o comportamento alheio.

Por outro lado, os perfeccionistas não suportam ser criticados. Se erram no trabalho, no jogo ou numa apresentação, ficam o restante do dia interpretando negativamente os olhares e as palavras dos demais. Assim, o jogo, o trabalho e a participação em qualquer tarefa, não são aguardados com alegre expectativa, mas com medo de errar e não fazer melhor do que nas atuações anteriores.

Não podem relaxar nos fins de semana porque ali está o verdugo do perfeccionismo lembrando que têm de se preparar porque, senão, a apresentação pode ser incompleta.

Se você espera ir perfeito para o colégio, ficará sem estudar. Se quiser o emprego perfeito, vai ter que viver do seguro-desemprego. E se quiser um par perfeito, vai ser difícil se casar.

A pessoa com tendência ao perfeccionismo se torna presa fácil da opinião e avaliação dos outros. Preocupa-se com o que outros vão dizer: “Vou perder minha posição no ranking de cantor, orador, professor, etc.” É a tirania do “você deve”, “você precisa”. É a agonia de estar sempre na ponta dos pés, se espichando, tentando alcançar, mas nada... Ah, se eu pudesse ler mais a Bíblia, orar mais. Ah, se eu fosse...

Muitos anos depois do encontro com Cristo, o apóstolo Paulo ainda lutava com suas raízes de farisaísmo, e disse: “É claro, irmãos, que eu não penso que já consegui isso. Porém uma coisa eu faço: esqueço aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente” (Fp 3:13, NTLH).

Brennan Menning dizia: “Estar vivo é estar incompleto; estar incompleto é carecer de graça.”

Somente através da graça podemos nos tornar mais semelhantes a Jesus.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Bebê de seis meses é salvo de escombros no Centro de Friburgo

Bombeiros vibraram com o resgate ocorrido na noite desta quarta-feira (12).Pai do bebê também foi salvo, após ficar 15 horas abraçado ao filho.

Carolina Lauriano Do G1 RJ, em Nova Friburgo
Bebê salvo de escombros em Nova Friburgo
Bebê de seis meses foi resgatado com vida em
meio aos escombros em Nova Friburgo
(Foto: Carolina Lauriano/G1)
Um bebê de seis meses foi salvo por volta das 20h30 desta quarta-feira (12) dos escombros no centro de Nova Friburgo. Os bombeiros que trabalharam no resgate ficaram bastante emocionados e vibraram bastante quando conseguiram retirar o bebê, um menino, sem arranhões. O pequeno Nicolas estava vestido com apenas uma blusa e não chorou em nenhum momento.
"Agradeço a Deus. Isso é um milagre", disse, bastante emocionado, Ademilson Guimarães, avô do bebê, que foi encaminhado por pediatras para o Hospital Raul Sertã.
Cerca de 30 minutos depois, os bombeiros conseguiram resgatar também com vida o pai de Nicolas, Wellington da Silva Guimarães, de 25 anos, que passa bem. Segundo os bombeiros, ele ficou cerca de 15 horas soterrado, abraçado ao filho.
Os dois estavam na casa da sogra de Wellington, que segue desaparecida, assim como a mulher dele, mãe do bebê. O trabalho de resgate durou quase quatro horas, segundo os bombeiros.